O território ártico abriga estimadas 38,5 milhões de toneladas de terras raras, além de expressivos depósitos de urânio (593 mil toneladas), zinco (81,6 milhões de toneladas), e reservas significativas de níquel e cobalto.
As recentes declarações de Donald Trump, às vésperas de sua volta à cadeira presidencial americana, reacendeu discussões sobre seu interesse na Groenlândia, território que em 2019 ele tentou comprar da Dinamarca. Por trás da proposta, classificada na época como "absurda" pelo governo dinamarquês, está uma disputada reserva mineral crítica avaliada em US$ 1,7 trilhão.
O principal ativo mineral da ilha, o projeto Kvanefjeld, controlado pela Greenland Minerals Ltd com participação de 12,5% da chinesa Shenghe Resources, abriga uma das maiores reservas de terras raras fora da China. Com 11,1 milhões de toneladas de óxidos de terras raras. O depósito poderia suprir parte significativa da demanda ocidental por estes elementos essenciais para tecnologias verdes e de defesa.
A China, que atualmente domina mais de 80% do processamento global de terras raras, mantém forte presença na região através de investimentos estratégicos. Esta realidade alimenta preocupações nos EUA sobre segurança mineral, tema frequentemente abordado por Trump em seus discursos sobre política externa.
O interesse renovado na Groenlândia também reflete uma corrida global por recursos críticos para a transição energética. Estimativas indicam que a demanda por terras raras poderá triplicar até 2035, impulsionada pela produção de veículos elétricos, turbinas eólicas e tecnologias de defesa.