Um petroleiro, o "Carina Voyager", alugado pela Chevron (CVX.N), descarregou recentemente cerca de 500.000 barris de petróleo cru no Porto José, na Venezuela. Essa carga, que originalmente estava planejada para ser exportada, foi forçada a retornar devido a problemas de pagamento decorrentes das sanções dos Estados Unidos. Dados de navegação e fontes informaram que o petroleiro, que veleja sob a bandeira das Bahamas, começou a descarregar no sábado e espera terminar até segunda-feira.
A Chevron planeja, nos próximos dias, transportar de volta uma segunda carga de cerca de 300.000 barris de petróleo pesado Boscan por meio de outro petroleiro, o "Dubai Attraction", que realizará a descarregamento no terminal Amuay da PDVSA. Como a licença de operação concedida anteriormente pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos à Chevron vence em 27 de maio, pelo menos nove petroleiros alugados pela empresa ficaram retidos no Caribe aguardando novas instruções.
A vice-presidente e ministra da Petróleo da Venezuela, Delcy Rodríguez, culpou as medidas de sanções do governo dos Estados Unidos por prejudicar o processo de pagamento da Chevron, o que levou ao retorno forçado do petróleo cru. A PDVSA já havia ordenado a devolução de duas cargas de petróleo na semana passada e cancelou algumas licenças de carregamento, reduzindo os prazos de exportação.
Os Estados Unidos haviam autorizado a Chevron a operar na Venezuela em 2022, mas essa licença foi revogada em março deste ano e exigiu que as empresas envolvidas parassem suas operações até o final de maio. Além da Chevron, outros parceiros da PDVSA, incluindo o Grupo Eni (ENI.MI), o Repsol (REP.MC), a Maurel & Prom (MAUP.PA) e a Reliance Industries (RELI.NS), também enfrentam as mesmas restrições e estão reduzindo gradualmente suas exportações de petróleo para a Europa e a Ásia.