Com a proximidade da 30ª Conferência do Clima, que será realizada em novembro de 2025 em Belém, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, antecipou à EXAME, os três principais temas que devem nortear a liderança brasileira no evento. Dubeux coordena a agenda de transição ecológica na pasta.
O primeiro diz respeito ao Fundo para as Florestas Tropicais para Sempre, modelo de fundo global proposto pelo governo brasileiro para global para financiar a conservação de florestas tropicais.
Pela proposta, apresentada ao mundo pelo governo brasileiro na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, os países desenvolvidos fariam aportes e não doações ao fundo, que terá uma remuneração anual, segundo Dubeux. A ideia é captar US$ 250 bilhões e beneficiar 80 países.
O capital investido será destinado a ativos verdes e o retorno será aplicado na preservação das florestas tropicais. A proposta é que se pague um valor fixo anual para cada hectare de floresta de pé e descontado 100 hectares no valor a receber para cada hectare desmatado ou degradado.
Outro tema que norteará a liderança brasileira na COP 30 é a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), afirma Dubeux.
Segundo o Ministério da Fazenda, uma taxonomia das finanças sustentáveis pode servir como um instrumento central para mobilizar e redirecionar os fluxos de capitais para os investimentos necessários para o enfrentamento à crise climática.
O objetivo, segundo o secretário, é definir processos e ativos sustentáveis que evitem o greenwashing, além de possibilitar a alocação de incentivos de crédito ou tributários aos projetos.
O último tema a ser tratado — e um dos mais complexos de ser acordado entre as nações integrantes das Conferências do Clima — é a integração dos mercados globais de carbono.
Com a implementação do Artigo 6º na COP29, que estabelece a criação formal do mercado voluntário (gerenciado entre empresas e organizações) e regras para a integridade dos créditos, o secretário vê como uma possibilidade a criação de um mercado para as nações que já dispõem de normas sobre o tema.
A ideia é buscar o apoio da União Europeia, da China e do estado norte-americano da Califórnia para criar essa rede.